Descrição Curta:
Abajur Cor de Carne – Cartografia pela Dança, é o novo espetáculo do Coletivo Emaranhado que estreará em setembro de 2019 e é montado com recursos do Edital de seleção de projetos n° 024/2018 - Seleção de projetos culturais Setoriais de Dança no Estado do Espírito Santo. A equipe composta por 15 artistas se reúne desde abril deste ano para a construção do trabalho.
Classificação Etária: 18 anos
Site: https://coletivoemaranhado.com.br
Mais Informações: (27) 99950-0555
Acessibilidade:
Tradução para LIBRAS: Sim
Áudio Descrição: Não
Teatro Municipal de Guaçui Fernando Torres
ver mapaocultar mapaToda sex e sáb de 13 a 14 de setembro de 2019 às 10
Preço: Gratuito
Endereço:
Descrição
Release Abajur – Coletivo EmaranhadoAbajur Cor de Carne – Cartografia pela Dança, é montado com recursos do Edital de seleção de projetos n° 024/2018 - Seleção de Projetos Culturais Setoriais de Dança no Estado do Espírito Santo.
Fundamentado em dados sobre os índices de violência contra a mulher, o Coletivo propõe uma criação colaborativa entre esses artistas que possuem diferentes linguagens. Dança, teatro, poesia, performance e música se entrelaçam, não apenas para denunciar uma cultura de violência de gênero que perpassa as ações sutis do cotidiano e chega às ações drásticas como os inúmeros casos de feminicídio; essas linguagens se atravessam também criando um manifesto que convoca à reflexão sobre a necessidade e a urgência de serem revistas as ações e posicionamentos diante disso.
Segundo dados do Mapa da Violência, o Espírito Santo é o estado onde mais se matam mulheres sendo que, as mais atingidas por essas violências, são as mulheres negras. Sabe-se, também, que os corpos que possuem gêneros fluidos e não binários também sofrem com essas brutalidades. Porém, para que possamos ter um mundo em que todos sejam livres e possam ser quem são, é necessário que a luta contra essas violências seja de todos – e é.
Realizando esta nova montagem, o Coletivo Emaranhado reforça o seu interesse em criações atentas às questões sociais, apostando na arte como ferramenta reflexiva de atravessamento do pensamento crítico como colaborador de uma mudança de mundo.
Sinopse
Abajur cor de carne
Risco o mapa de minha história
Ele é o desenho de mim mesma.
Embora eu não fale pelas minhas cicatrizes, estou cheia delas, veja a minha cara.
Olhe para o meu corpo.
Permita que eu fale? Não.
Eu falarei.
E falo por mim e por minhas irmãs.
Pois sou nossa voz, não nossas marcas.
Sou as vozes das que estão, das que foram, das que irão - e com a fé de quem usa o corpo como arma, e não arma contra corpos.
Não mexe comigo, não me acenda - não sou abajur de mesa, sou luz de meio dia: eu não dou luz, eu queimo; não ilumino, incendeio; meu fogo é correnteza e atravessa a mesa e a inunda de calor. E eu não ando só.
Contemple-me.
Turva, pareço; essas são marcas externas, mas não se engane: as de dentro afogam.
Mas não se engane: eu não sou abajur de mesa pra que você acenda. Sou carne. E meu corpo é fogo, é força, é voz. Sou o sol que ultrapassa o teu desejo, que ilumina o mapa do meu tempo. E não estou sozinha. Ilumino caminhos com meu corpo que é cura, carne, cartografia. Com meu corpo que desenha a dor mas não fala em sua sombra; com meu corpo-cicatriz que rabisca a minha poesia. Não tua luz, teu projetor, teu abajur, tua carne. Sou minha, só minha - e não de quem quiser. Sou minha carne, minha cor, o meu próprio amor. Sou o desenho de minha existência, de minha história, de meu sangue que brota de meu ventre. Não abajur. Não objeto. Não violência. Existo. Resisto. E não morro.
Thay Bettini
Ficha Técnica
Organização: Coletivo Emaranhado e Bule Estúdio Criativo.
Direção de Produção: Maicom Souza.
Direção Artística: Ricardo Reis.
Direção Coreográfica: Ivna Messina.
Direção Musical e Trilha: Dori Sant’Ana.
Bailarinos: Amanda Luzia, Diedra Rovena, Elaine Vieira, Erica Otolan, Júlia Moraes, Léia Rodrigues, Maicom Souza, Paloma Rigamonte, Ricardo Reis e Thay Bettini.
Audiovisual: Adriano Monteiro e Daiana Rocha.
Iluminação: Thila Paixão.
Parceiro: Reverence Studio de Dança.
Apoio: Secult/ES