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RODA DO PALMEIRA

A Roda do Palmeira faz parte da cultura bonfinense levando sempre alegria e animação no período Junino de nossa cidade. A mesma foi fundada pela a SRA. ANTÔNIA FERREIRA DOS SANTOS, conhecida popularmente como DONA MOCINHA (in memória).

Descrição

SENHOR DO BONFIM - Pode parecer estranho falar de brincadeira de roda sem ser em formas de antigas lembranças. Mas tornou-se raridade ver ou ouvir aquelas canções cheias de autenticidade que guardam riqueza, sabedoria e um pouco de ludismo na cultura popular. Seja nas ruas, praças ou quintais. Porém, ainda que fora de moda, a brincadeira de roda não está extinta. Em Senhor do Bonfim essa tradição ainda persiste através da Roda do Palmeira, criada há mais de 40 anos pela doméstica Antônia Ferreira dos Santos Andrade, conhecida por Dona Mocinha, é tradição durante os festejos juninos na cidade.



“Ainda em vida, minha mãe pediu que por tudo não deixasse a roda dela morrer, cair no esquecimento”, conta Risomar Ferreira, coordenadora do grupo e filha caçula da criadora. “Após a morte dela resolvi ficar à frente da roda, dando continuidade ao trabalho”, disse.

Atualmente, o grupo é composta por 30 senhoras animadas e vaidosas, na faixa etária entre 38 e até 97 anos. Como faziam quando eram crianças, elas entrelaçam as mãos, formam a roda e cantam as músicas e versos aprendidos há décadas. Ao fim da canção, a roda não para de girar, porque outra canção é iniciada, e mais outra num movimento contínuo de entrega, alegria e energia vital. Aos 72 anos e três décadas de participação na roda, Maria Lima de Jesus, espera ansiosa o ano todo pelas apresentações da Roda do Palmeira.



“Quando eu era nova não curtia, e agora nessa idade estou curtindo muito, aproveitando como posso”, afirmou. A roda começou como parte das comemorações de São João na casa de Dona Mocinha. Era o banquete na mesa e a roda na rua. Tomou tanta proporção que foram convidadas a se apresentar oficialmente durante os festejos juninos da cidade baiana.




Nessa época, Dona Mocinha saía com uma roda de senhoras e outra de casais. O marido, Manoel Andrade, era presidente de uma sede de jogos chamada Sede do Palmeiras, que funcionava como ponto de encontro para diversão de seus amigos da Rede Ferroviária - REFER (atual Ferrovia Centro Atlântica – FCA). Lá jogavam dominó, baralho e muita conversa fora. Observando a dificuldade que as rodas tinham de ensaiar na rua, a sede do Palmeiras tornou-se espaço dos ensaios.



Com o passar dos anos apenas a roda das senhoras resistiu ao tempo. Houve um hiato de vários anos, mas as senhoras da Roda do Palmeira voltaram a ensaiar na rua. De acordo com Risomar, antes os ensaios eram verdadeiras festas, atraía várias pessoas, mas pela questão de gastos, a gente foi reduzindo. Agora só são realizados dois ensaios, mas no passado era o mês todo. “Que a comunidade possa prestigiar a Roda, porque a gente percebe que com o passar do tempo, essas culturas acabam sendo desvalorizadas pela população local. Eles dão mais visibilidade a atrações de peso e esquecem o que a comunidade faz, a própria cultura daqui”, destaca Risomar.



Para as senhoras o que importa é se divertir, a Roda do Palmeira entra na vida delas trazendo alegria e o bem-estar de velhas e novas amizades. “Pra mim a roda é tudo. Quando eu saio na roda eu me distraio”, completa a aposentada Ednólia Batista, 71. Uma prova de que a união também faz a força na cultura e popular.

Fonte: https://jornalismojunino.wixsite.com/jornalismo/single-post/2015/06/23/Brincadeira-de-Roda-mant%C3%A9m-tradi%C3%A7%C3%A3o-em-Senhor-do-Bonfim